sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Defesas congénitas, nascidas da mente "matinas".

Nada nos assusta tanto como nós próprios, ou nós próprios distorcidos e tranfigurados. Mas o medo provém de situações em que sabemos que alguma coisa trágicamente penetrante tem a remota possibilidade de intervir, negativamente e pedagógicamente, sobre nós. As variedades com que essa possibilidade ocorre define os diferentes estádios de alteração comportamental. O arrepio, o receio, o medo, o terror, o pânico, que evoluem maioritáriamente do perigo ou da mágoa, representam esses níveis. Quanto mais descobrimos sobre nós próprios, mais temeremos, e haverá sempre a coisa mais insignificantemente possível, e impossível, para nos guiar, avisar e restringir.
Tomás J. A. Pinto
Imagem:
"Ghost" by Katsushika Hokusai.

2 comentários:

Maíra Motta disse...

Lindo este teu texto! Compartilho contigo deste pensamento!!! Abraço

Anônimo disse...

Meu caro Tomás, deixa-me dizer-te que escreveste um texto com eloquência e transmite de um modo assaz o modo como um sujeito interage consigo próprio....só falta mesmo completar, se me permites,com: "Nada nos assusta tanto como nós próprios, ou nós próprios distorcidos e tranfigurados",quando encontramos a nossa poesia interior há pessoas que temem mais a poesia do que a própria morte.

hasta até ao próximo catan...keep writting