quarta-feira, 25 de abril de 2007

Explorações mentais representativas de questões triviais, e por isso não triviais.

De noite o cheiro a alcatrão aquecido pelo sol durante o dia oferece-me um indício primaveradoresco. O cheiro a relva cortada e terra molhada brinda-me de memórias infantis.

Já imaginaram, nos vossos pensamentos passageiros e curiosos (que embora práticamente em nada resultam, deixam a marca de uma mente flexível e treinada) como seriam outros tempos, mas através da análise de aspectos básicos e pouco interessantes ao primeiro olhar? Dando um exemplo de um pensamento explorativo pessoal (ocorrido durante uma bebedeira fornecida pelo companheiro dourado), hoje em dia estamos extremamente bem servidos de acessórios para o acto de andar, correr, saltar, viver. Mas recorram à imaginação incisiva e particular de elementos crucias often overlooked, e pintem uma visão de uma centúria romana, marchando quilómetros e mais quilómetros. As sandálias, certamente providenciadas pelo Estado governante, era a única coisa que separava a pele dos pés da terra árida. Parariam para um breve descanso. O soldado comum observaria que os pés estariam cheios ora de pó, ora de terra, de areia, de lama, de humidade, etc. E não pensaria mais nisso. Iriam-se deitar assim. Era um dado adquirido e um facto comum. E não só para os soldados, mas para todos, até à invenção do sapato própriamente dito. Curioso.

Sistemas, raízes, microchips, ramos, ramagens, rios, braços, veias, músculos, gordura, plástico, cera, organogramas, mapas, fronteiras, montanhas, caminhos, horizontal, vertical, agudo, grave, fricção, ondas, suavidade, linhas, frequências, correntes, corda, chuva, folhas, tubagens, sangue, célula, electricidade, vida.

Tentar ver o que acontece, os fenómenos e os elementos, que embora ínvisiveis, estão lá, e actuam sobre nós. Uma coisa fora do lugar, a indevida ocorrência, e tudo altera-se. A ocorrência é devida, portanto?

Superstição. Actua da maneira a que se virar para um lado aconteçe X (superstição). Se virar para o outro lado aconteçe Y (coincidência). A funcionalidade da superstição assenta no facto de, se acreditar nela, faço as coisas de maneira a evitar más ocorrências. Se não acreditar na superstição posso vir, ou não, a ter as más ocorrências. O bom e o mau estão sempre presentes, mas assimiladas de maneiras diferentes. A superstição é fiável então? Tanto como a coincidência.

Nenhum comentário: